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Mostrando postagens de 2014

Estrela Retse - Imensidão do Céu.

Sempre busco no silêncio dos pensamentos algo que me traga sossego, e sempre vem o desejo de, do seu lado, estar. É inevitável, incontrolável, necessário como o ar. Sua presença possui a essência que me faz flutuar. Sua ausência sufoca, afoga, aperta o peito de fazer o coração parar. Eu queria entender um dia, porque na sua companhia, o vento forte parece brisa de quem aprecia a vista de frente pro mar. Eu queria descobrir a magia que faz o coração palpitar quando se aproxima. Seria o cabelo leve sobre os ombros ou a alça da blusa caída? É a agonia de querer estar do seu lado o tempo todo, mesmo que esse tempo dure apenas um dia, um piscar de olhos, um esbarrão na correria. No meu caderno escrevo seu nome compulsivamente, na ânsia de esvaziar a mente e o coração, como quem foge da abstinência de um vício. E quanto mais escrevo, mais alimento o desejo de consumir o seu cheiro pra acalmar o desespero latente no peito. No canto escuro e calado, observo os ponteiros do relógio tão r

Pego No Antidoping.

Era tarde amena quando tudo começou Era luz serena quando me hipnotizou Eu nem fazia ideia de onde tudo isso ia chegar Sem perceber, fui curtindo aos poucos Deixando me levar Na sua ausência, sinto sua essência em qualquer lugar Na sua presença, nenhum sorriso é capaz de disfarçar Tão proibido quanto algo ilícito Te ter tão perto tornou-se vício E já não sei como largar Nem clínicas, nem grupos de ajuda irão me dizer Como vou livrar-me desse vício que é você.

Estrela Retse.

Uma vida inteira passada debaixo de tempestades incertas, intensas e curtas. As trovoadas contavam histórias todos os dias, já não assustavam mais. Os relâmpagos eram riscos de lápis luminosos que sua imaginação riscava no céu. Já não sabia mais o que era lágrima e o que era chuva escorrendo em seu rosto. Ainda assim, sorria. Brincava de juntar nuvens como quem descobre a faísca quando junta duas pontas de fios desencapados. De noite, limpava a bagunça da tarde e contava as estrelas. Dizia que eram fotografias das faíscas que sua memória registrou. Toda essa inconstante fazia parte do seu dia a dia. Até conhecer a calmaria. De sorriso leve e reconfortante, um olhar sereno e brilhante, fez-se luz diferente de tudo que conhecia. Era algo novo, de sintonia leve e fácil, como quem sente o perfume das flores logo pela manhã. Diante de tanta ternura, sorriu. E não sabia dizer nada, apenas olhava, admirava e imaginava que depois daquele dia as brincadeiras com faíscas acabaria. As tempes

Um Dia Quem Sabe.

E se um dia eu enlouquecer Não faça carinho em mim Dê-me algo pra beber Diga apenas que não é o fim.

Vibe Positiva.

Tão leve e tão infinito A vibração que corre O suor que escorre O som percorre Até logo ali, sem fim Torna-te imatéria Suspensa no ar Sob os pés, só nuvens Elevando corpos A música invade a alma E acalma a inquietude sacudida no peito De um jeito perfeito Como se fossem anjos a bailar.

Sobre Aquela Rosa No Jardim.

Mesmo que eu tenha um milhão de problemas na vida Perto de você Todos têm solução Meu único problema Até então É que eu te amo.

1405

Linda, bela e preguiçosa Estirada na cama Pouca roupa lhe tem ao corpo As curvas se escondem e se entregam No descanso do edredon Um sorriso leve Os olhos fechados Um sonho aberto à novas ilusões Um mundo de fantasias te aguarda O corpo espera seu retorno pela manhã.

Sobre Você, Pra Você.

Sob os fios cobreados Permanece latente As palavras que vibram na ponta dos dedos Quando ela escreve São sentimentos calados Ora declarados De quem sente sem temor Sem temer Palavras sozinhas significam apenas No dicionário No que ela escreve Postas lado a lado São verdades nuas De quem se despiu na noite mais estrelada Entregando-se à Lua.

Um Poeta Qualquer

Olhe pra cima e verá O céu inteiro que é teu Te convidando pra voar.

Os Nossos Sonhos.

- Fica mais um pouco. - ele pedia. - Preciso ir, estou atrasada. - ela explicava. Ele, sentado na cama, de pernas cruzadas, observava o jeito como ela se vestia. Abotoava o sutiã nas costas sem olhar, sem pedir ajuda. A sutileza que vestia a blusinha de seda. A rigidez que puxava a calça strech preta. Até ficava na ponta do pé. Algumas ajeitadas onde ele guardava segredos. Calçava as sapatilhas. Ele, na cama de joelhos, acariciava o rosto dela, enquanto ela arrumava o cabelo. - Cadê meu batom? - Tá aqui. Puxava seu rosto e a beijava. Ela ria e vasculhava a bolsa. - Achei! - ela exclamou. - Espera! - ele lhe roubara outro beijo. - Peraí, menino...  - ela sorria. Passou o batom e lhe beijou o rosto. - Ficou marquinha! - dizia sorridente. Ele sorria preguiçoso, querendo que ela voltasse pra cama. Ela ajeitava seu cabelo, quase um cafuné, de paralisar e fechar os olhos. Apenas sentia os dedos dela brincando no seu cabelo. - To indo, me dá um beijo... - ela pedia. Ele

Folhas de Outono.

Quando eu disse que ia tentar, esqueci de pensar das possibilidades de desistir. Um erro bem vindo. Ainda que não tenhamos dias tão bons, continuarei tentando, porque foi o combinado. Porque, quando há um sentimento que nos move acima de qualquer circunstância, a gente continua tentando. Uma combinação de sentimentos oportunos, recíprocos na mesma situação. Não existe uma explicação que justifique. Ser sozinho é muito bom. Falo com experiência. Mas estar ao seu lado é bem melhor. Em ambas situações, existem momentos não muito felizes. Trocamos cara feia. Trocamos olhares mudos. Mas tem sempre um que acha graça. O sorriso sai espontâneo. Amar as vezes dói. Mas não é uma dor que machuca. É complicado explicar. Mas com certeza a dor é bem maior quando se está sozinho, quando não se tem um carinho, quando não se tem um apoio. Essa dor do vazio eu abandonei quando te reencontrei. Descobri o doce sabor de te adorar. Adorar deve ser uma daquelas palavras em latim, grego, sei lá.

Flor de Nilo.

Uma vez disseram pra eu tomar cuidado com o amor. Disseram que era perigoso, contagioso e altamente viciante. Crack, maconha, cigarro, cerveja e chocolate não são nada perto do amor. Com isso em mente, estive sempre precavido para não ser "contaminado" e nem viciar no tal do amor. Fumei, bebi, usei e me deixei ser usado. Quando o amor aparecia, eu corria. De repente, já não via graça nas drogas, e tinha adquirido um talento incrível pra fugir do amor. Confiante de que nunca seria pego, me vi vazio por dentro, no rosto um sorriso amarelo. Me senti tão solto que, por vezes, queria me prender a algo, só por carência, às vezes, ou porque sentia a necessidade de voltar pro chão. Senti meu coração gelado e sem estímulo. Decidi seguir em frente, sozinho mesmo, dono de mim. As lembranças vinham como quem atravessa a porta na pisada. Só porrada. Volta e meia lembrava de você. Entre tantos relacionamentos que tive, sempre tinha a imagem do seu rosto triste da última vez que no

Segunda-Feira.

Inevitavelmente, é um dia estranho. Se não pra um ou outro, pra tantos muitos sempre é. Configura-se como o dia da semana mais tedioso e preguiçoso. Tudo acontece de atípico, anormal e surpreendentemente decepcionante. O que mais surpreende, na verdade, é o fato de manter-se calmo diante de tantas adversidades ocorridas em poucas horas vividas do dia. Aquela pequena sensação de que algo de maior acontecerá e aí não haverá estado psicológico que se mantenha no zero, não haverá possibilidade de manter o lado emotivo natural e intacto. Nada do que tenha programado ocorrerá. Não adianta forçar, o dia tem um sistema próprio de acontecimentos que nunca serão compatíveis com o que você espera que aconteça. É sempre um início de semana diferente do anterior, porém, menos surpreendente que o próximo. As vezes, penso que, se a semana começasse no Domingo.... não. Deixa pra lá. Domingo é preguiçoso demais pra começar uma semana. A semana sempre começará no primeiro dia útil. Ainda que o p

Diário De Um Suicida.

Os dias passam depressa. Tão rápido quanto a capacidade de pensar em mil coisas em tão pouco tempo. É tanta coisa a ser pensada que não há raciocínio sobre nenhuma delas. Tornam-se pensamentos vagos, ideias descabidas, fluxo cerebral desconexo. Daqui de cima, vejo as pessoas indo e vindo, de forma aparentemente desordenada, mas com ponto de partida e ponto de chegada definidos. Andam apressadas entre tantos, sem se comunicar. Sem troca de olhares. Por um momento, parecem as formigas que caminham em volta dos meus pés. A diferença é que as formigas se esbarram, se comunicam. Trocam informações. Nem que seja por alguns segundos. O vento que refresca meu rosto também seca as lágrimas ainda contidas. Na ponta dos pés, evitando as formigas, a brisa balança meu corpo devagar. Olhando pra frente, vejo pássaros a voar. Tento olha-los nos olhos, mas estão ocupados demais flutuando no ar, de asas abertas. Livres. Parecem não sem importarem com a minha presença aqui no alto. Tão alto quanto os

Saudade em Dó Maior.

Foi uma semana de Verão agitada do lado de fora da janela. A gente não fazia nada além de olhar a programação da tv sem prestar atenção no que estava passando. Os dedos brincavam com os cabelos. Os olhos, de tão serenos, passavam mais tempo fechados do que atentos ao redor. Ouvia-se uma sinfonia de ritmos calmos e desapressados. Tinha uma vida inteira pra tocar. Os dias e as noites se revezavam, enquanto os dedos e os cabelos ainda brincavam, despreocupados com o meio e o fim. O último dia, tristonho, molhava por horas a cidade inteira. A despedida não parecia real, assim como foi a semana inteira. Acordamos de um sonho tentando lembrar que música era aquela que tocou os sete dias. A melodia que nunca mais ouvi, a letra que não escrevi e o ritmo único que não tocou em nenhuma canção. Não houve cópia dessa música para os dias de solidão. Lembro até hoje dos dias que adormeci escutando as batidas do seu coração.  

Julgamentos Fortalecem.

Imagem
Um clique na foto. O por do sol sempre me convence a refletir quando surge a dúvida de não saber pra onde ir. Relembrar de onde vem é fortalecer o ânimo de chegar onde sempre se quis. No fim de tarde, a luz que se foi indica o silêncio do descanso para estar pronto pela manhã, como nova luz que se apresenta ao mundo.

Vida.

Breve. Veloz. Tão rápida quanto um piscar de olhos. E perdemos tanta coisa enquanto os olhos piscam que nos tornamos mais breves ainda nessa existência terrena. Tantas coisas a fazer, tarefas a cumprir, caminhos a percorrer, mesmo sendo rotina. Ansiosa. Passageira. A vontade incontrolada de fazer o tempo correr para ser o que se quer, sonhar em ter o que não se pode comprar, alcançar o distante sem sair do lugar. E há quem corra, lute, morra, e no fim da vida, não percebe que sempre teve o que fez por merecer, sempre foi o que se propôs a ser. Admiro a criança despretensiosa, brincando no pátio da escola, onde a única preocupação é aproveitar o intervalo do recreio. Há de ser criança quando ser adulto não resolve mais.

Palavras Mudas.

     Eu tentei escrever sobre você, mas as palavras somem enquanto seu olhos brilham e me observam, ao mesmo tempo que finge não me ver, enquanto te fotografo.      De longe, te admiro. Contemplo cada foto sua captada, transformada em história estática, lembranças daquele dia.      O vento brincando com seus cabelos, o por do sol revelando segredos e desejos, a noite calma e refrescante. A natureza entrega suas maiores riquezas para acompanhar sua beleza na terra e no mar.      Ainda sonho com o dia que você sairá da minha lente, ficará na minha frente, trocando olhares a noite inteira.

O Limite da Paciência.

As vezes, devemos mandar pra puta que pariu. Porque dizer adeus nem sempre é o suficiente.

O Estranho Tempo Das Flores.

     Não me lembro bem quando foi que te conheci. Mas nunca esqueci aquela flor singela, de sorriso leve perto de outras flores que simpatizava. Volta e meia, eu me perguntava em que momento você apareceu na minha história, assim, sem pedir licença. Surgiu de forma tão serena que nem passou pela minha cabeça impedir tal invasão. Na verdade, acho que recuei e permiti.      Dias e noites passaram tão depressa e tantas outras poesias surgiram em minha vida que não me dei conta que ainda não sabia nada de você. De que adianta conhecer tantas flores nesse campo infinito se aquela que surgiu uma vez ou outra, eu não sabia o nome, não conhecia o perfume, não sabia das canções que gostava. De violão em mãos, toquei uma canção. Mas o som não saiu. Violões sem corda não tocam, almas violadas não amam.      Foi quando percebi seu coração palpitar devagar, naquela manhã ensolarada, lá em cima do monte, cansada do peso que carregava sem saber porque. Na espontânea vontade de querer ajudar, peguei

O Aborto de Uma Nova Era.

O fim do mundo aconteceu e não foi preciso morrer para estar presente nessa data tão especial. Os acontecimentos não chocam mais. É uma dormência tão intensa que mal saio da cadeira pra comer. As horas, por vezes, passam devagar. Outrora, passam que nem vejo. Mas prevejo meu fim. É triste, frio e solitário. Como quem vaga sobre a neve, ausente de suas vestes principais. Aos seres ainda dotados de pulsação e tensões nervosas, o calor maltrata sem fim. É tanta luz, tanto brilho, que ninguém mais vê o outro. Nem ao menos se vê. Olhos que miram, tensionados, cansados e maltrapilhos, o que ainda não se pode ver. Ansiosos pelo que ainda não se tem, se perdem em devaneios desesperados para chegar em algum lugar, sem ao menos saber que lugar é esse. Sem ao menos, um rumo traçar. As coisas tornam-se inúteis em minutos. Pessoas se tornam fúteis a cada compra angustiada por não saber por que comprar. Amizade, agora, é palavra significativa que define o que o outro te oferece e beneficia, mas

Versos Ao Mundo.

Para tudo que seja desanimador Sorria Desanime a dor Anime o amor.

Sonhos ao Som do Mar.

Parecia que eles se conheciam há tempos. O singelo sorriso e o brilho nos olhos confessavam o que ocorria naquele momento enquanto admirava aquela última foto que lhe restara em suas mãos. Não sabia o que deveria fazer depois. Entre dúvidas e incertezas, continuava a admirar, tão estático quanto sua presença fictícia num 15x10. Seus dedos contornavam cada traço dela, esperando que as horas passassem depressa, sonhando acordado poder vê-la novamente, assim que amanhecesse. As horas são cruéis quando se está apaixonado, João.

Um Terço de Toda Terça.

O corpo maltratado pelos dias anteriores, hoje, já nem doía. O cansaço passou longe, como quem erra a rotina. O Sol aquecia a mistura de ansiedade, medo, incerteza e alegria. Era pra ser uma tarde qualquer, mas a canção que se ouvia, maestro nenhum comandava. Acordes fora de ordem, notas embaralhadas, difícil de decifrar. As horas passeavam entre palavras e sorrisos. Nas sinuosas róseas bem marcadas, via-se a beleza do infinito. Os brilhantes acastanhados miravam com certa timidez. Alguns esbarrões, propositais ou não, aproximava-os. O Sol se punha, e com ele, a despedida. Esta noite, há de se sonhar de olhos abertos, enquanto os corpos repousam sob o céu estrelado.

Poetas do Precipício.

Junto com todas as palavras que trocamos, foi-se os poemas que te escrevi. Tão sinceros quanto a agonia de não mais te ver. Cada palavra sussurrada perdeu-se ao vento. Não restaram sequer lamentos, nenhum timbre qualquer da sua voz. Já não me lembro mais da cor dos seus olhos. Seu rosto eu nunca vi. Seu nome eu nunca soube. Nem sonhos, nem pesadelos. Você foi o que não é e nunca será. O calor lhe fazia suar as mãos, mesmo estagnadas sobre o ventre. Cada fio de vento que cismava em brincar nos teus cabelos era quase um motivo pra sorrir. O Sol gritava impiedoso por mais um tempo no céu, enquanto a gravidade reclamava seus excessos. A Lua vinha tímida, esperando ser modelo para algum telescópio, ou simplesmente as lentes de um fotógrafo qualquer. Importava-se em posar, não interessava a quem. Com tantos sonhadores ao relento, sentia-se mais estrela que os próprios pontos no céu a brilhar. Não se deu conta do tempo que escorria depressa e o dia logo se pôs a raiar. Os primeiros registro