Arte[ria] Pulsante

Ainda há muitos espinhos pra espetar e fazer despertar cada devaneio teu. Ele trabalhava compulsivamente. Era feliz. Tinha em suas mãos marcas e lembranças de dias de Sol, ar fresco e suco gelado. De noite, olhava para as estrelas e a cada uma delas lhe confiava um segredo. A cada novo amanhecer, uma preguiça de fazer rir de si mesmo. O canto dos pássaros entregava a hora. Levantava risonho e descabelado. Olhava-se no espelho para achar graça do que via. No café, lembrava sonhos que lhes fizera companhia durante toda travessia de um dia pro outro. No travesseiro, as marcas ainda vivas, do que acontecera na última noite. Ele vivia e a vida escrevia. Sem tinta, sem papel, registrava o seu dia. Poucos souberam quando adoeceu. Mas ele já sabia. Ninguém compareceria na missa de sétimo dia. Pra ele, era mais confortante assim. Descansaria. Dessa vez, a noite seria longa e fria. De olhos fechados, não saberia das lágrimas das flores que por pétalas, caule e folhas, escorriam.

"Queria juntar todas as palavras doces e cativantes pra alegrar seu coração. Pra pisar, só daria um chão. Firme e forte, onde pudesse correr e pular. Pulos de alegria. Sorrisos e braços abertos como quem deseja voar. Você é mais forte do que pensa e enquanto as palavras nao aparecem, faça do silencio sua meditação, encontre seu eu, a reflexão pode levar horas mas um dia feliz vem sempre pela manhã. Basta querer."

"E se eu tivesse que personificar a poesia, diria que é você. Se eu tivesse que dar minha vida à poesia, daria a você. E mesmo se a poesia não me quisesse, eu faria da rima, da prosa e do verso minha razão de viver."

Se tudo já começa complicado, parte pra cima. Abre a boca e fala. Levante a mão e aponte. Pegue, aperte. Não deixe escapar. Amasse se necessário. Só não exagere. Se apertar demais, perde-se do mesmo jeito. Escorre-se por entre os dedos. E toda força torna-se em vão. Junte todas as forças que tiver e supere o medo, a timidez. Abre a boca e fala. Pior do que decepcionar-se com a resposta não desejada é viver na dúvida.

"Muitas das vezes Muitos de nós Procuramos muitos motivos Para estar muito feliz. Muito difícil entender? Muito simples: Facilite os meios Simplificando o início Para ter um final feliz. Ainda não entendeu? Confesso, nem eu... ...mas o pão-de-queijo feito pela minha mãe é ótimo."

"Por alguns momentos, parei de escrever. Estou vivendo cada sentimento agora. Isso me toma todo o tempo da escrita." A vida segue doce e cativante. Mas nem tudo é conto de fadas. Há ainda as correrias do dia-a-dia. As idas e vindas, com um sorriso estampado no rosto, fazendo valer a pena cada segundo do dia vivido. Reter-se à lamentações? Desnecessário. Dos erros, faço aprendizado. Temer dificuldades? Jamais. O medo é sempre presente, o desafio é sempre excitante, a perseverança, sempre pulsante. E isso nos torna forte a cada degrau de escada alcançado. A vida é o que seus olhos enxergam.