Arte[ria] Pulsante

E ela olhava devagar até onde os olhos não mais podiam ver. Uma expressão doce e leve entregava toda simplicidade do momento. Um momento único, só ela sabia o que estava pra acontecer. Enquanto o tempo passava em pequenos pulos, lentos como o brilho do Sol, o vento brincava com seu cabelo, sonhando um dia poder fazer a borboleta voar.

E quem é que entende o que ninguém explica? Manual que não orienta, bula que não adverte, Sinalização que não indica. Luzes que não clareiam, escuridão que não isola Ombro que não consola, abraço que não acalma, Beijo que não encanta, atitude que não cativa. Quem é que entende? Olhar nos olhos e não vê, pegar nas mãos e não sentir. Palavras escritas que não se apagam, feridas que não cicatrizam. Quem é que explica? Perguntar e não saber responder, falar e não dizer, Receber e não corresponder. Gostar e não falar, amar e não cuidar, Perder e não tentar. Quem é que busca explicação sem nunca ter vivido? Saber de algo sem ter experimentado é como beber água em copo vazio.

" Seus olhos brilhavam admirando a tal Flor mais bela que já havia encontrado. Sua timidez impedia as palavras mais bonitas de saírem pela boca. Ele as engolia a seco e apenas sorria. Sentia-se tão feliz. Aquele momento ele lembraria para sempre, e fazia questão que durasse o quanto possível, para a lembrança ser maior ainda. As horas passavam depressa. Seus olhos teimavam em encerrar o encanto daquele momento. Já sentia sonolência e fraqueza para continuar ali, a observar. Não contava para ninguém. Era seu maior segredo. Desejava ser eterno. Menosprezava qualquer dificuldade. Sabia que era forte o suficiente. Jurava não sentir dores. Sorria incansavelmente, até que a Flor, num simples gesto, acariciou-lhe o rosto maltratado pelas longas horas que decorreram, e lhe disse com voz doce: "Boa noite." Ele adormeceu. Pela manhã, contaria a meio mundo toda história vivida. Fará juras de que tudo foi real, mesmo que seja somente ele a única pessoa a acreditar. "

"Uma noite calma. Pessoas alegres. A chuva pra refrescar o corpo e lavar a alma. Ele deliciava-se com as oportunidades que o Mundo lhe oferecia. E sorria. Mesmo que parecesse não ter motivo, ele sorria. Observava ao seu redor e seus olhos brilhavam, feito criança com brinquedo novo. Confortou-se num lar de luz e calmaria. Era só alegria que ele ouvia, enxergava e sentia. E concluiu: "Não quero mais nada diferente disso na minha vida! Isso que é vida!" Exclamava incansavelmente. Pra ele, ninguém o ouvia, mas não era problema. Ele fazia questão de repetir, até que todos entendessem. Até que todos pudessem perceber, mesmo que inconscientemente, a leveza que ele sentia no ar. "

" E caminhando construindo meu futuro fui desviado pelo destino. Eu que sempre cultivei flores, pensei não encontrar nenhuma que calasse meu sofrer. Andei mundo a fora eu, minha mochila de trapos e minha viola a mercê de tudo que poderia acontecer. A todo lugar procurava flores. Quando encontrava, cantava uma canção a fim de lhe curar as dores. Assim feito, continuava a caminhada debaixo de Sol, chuva e trovoadas. E num lindo dia qualquer, sem ao menos perceber encontrei uma bela flor, tão feliz e tão prosa, nem olhou pra mim. Fiz minha canção, encantado com seu perfume de jasmim, ela nem me ouviu distraída que só, feliz e radiante. Mas levei comigo seu sorriso, seu perfume e segui adiante. Segui sem perceber que jamais esqueceria tal Flor chamada você. "

"E eu que achei que fosse passageiro Agora vejo as flores mais bonitas no meu jardim É você que encanta meu dia De noite faz brilhar as estrelas Que um dia sonhei alcançar Pra te presentear..." [♥]

"Faço parte da vida daqueles que tem amigos. Faço parte da vida daqueles que vivem cercados por pessoas como você. Faço parte da vida daqueles que acreditam que ontem é passado, amanhã é futuro e hoje é uma dádiva, por isso chamado de presente. Faço parte da vida daqueles que acreditam na força do amor, que acreditam que para uma história bonita não há ponto final. Sou casada com o Tempo. Ele é responsável pela resolução de todos os problemas. Ele reconstrói corações, cura machucados. Ele vence a tristeza. Tenho três filhas. A Amizade é a filha mais velha. Uma menina linda, sincera, alegre. A Amizade une as pessoas, pretende nunca ferir, sempre consolar. Sabedoria é a filha do meio. Sempre culta, íntegra. A mais apegada ao pai. Sabedoria e Tempo andam sempre juntos. O Amor é o filho caçula. E como dá trabalho cuidar do Amor. O Amor é teimoso, às vezes só quer morar em um lugar. E eu vivo dizendo. "Amor, você foi feito pra morar em mais corações, não em apenas um." O Amor

" Incrível como buscamos algo pra chamarmos de Felicidade procurando do jeito mais difícil. E agora parece que sinto essa tal " Felicidade " se expandir em meu peito. E nem foi complicado fazer isso acontecer. Sabe por quê? Pois lhe conto agora. Teimamos em direcionar nossa vida o tempo todo, nunca estamos satisfeitos com aquilo que já conquistamos. Queremos sempre mais. Não desfrutamos do sabor daquilo que já possuímos. Vi a danada da Felicidade quando simplesmente parei - na verdade, dei um tempo - de procurá-la, tentando materializar o que eu idealizava como tal. E então eis que me surge. Da forma mais inesperada - você diria - não tão inesperada assim. Quando você diz que alguém é feliz, não é porque esse alguém encontrou a Felicidade, mas porque se permitiu que a Felicidade viesse ao seu encontro." DiCherem 11.12.11

Naquela casa não se falava de outra coisa. Ele só sonhava. Aquelas palavras repetidas massivamente eram mais atraentes em seus pensamentos flutuantes. Um sorriso estampado no rosto não entregava o que ele pensava. Eles estavam preocupados demais. Ninguém o notava boiando em seus sonhos doces e sutis. Alguém o tocara. Ele desperta sorridente e lhe pedem um minuto de atenção. "O que você está fazendo? Por que tanto sorri?" Ele olha bem no interior daqueles olhos afundados em tristeza e responde com a maior traquilidade e serenidade que se possa imaginar. "Estava alimentando meus pensamentos." Então decidiram debater sobre. "O que ele quis dizer com aquilo?" Se antes não se importava com todo aquele falatório compulsivo e desgastante, agora ele se afastara do grupo. Importava-se menos ainda. No seu pensamento, seres comunicavam-se no simples olhar. Um sorriso tinha seu exato significado. Ninguém lhe perguntara o porquê do sorrir. Sabiam, mesmo sem contar, que

A elasticidade de ser grande e pequeno nos faz refletir por dentro o tamanho que a gente tem. O espaço que a gente ocupa, quando ninguém se preocupa em ser. Que seja pequeno de tal maneira a caber na estante. Mas seja grande, seja a própria estante, carregado de lembranças, de histórias que nunca conte. A ninguém. Mas tem sempre alguém observando as fotos empoeiradas, enfileiradas, em molduras idênticas. Te olham na intensidade de quem busca o mais íntimo dos segredos. Retiram a poeira na expectativa da revelação. Sempre esperando por algo desconhecido, reorganizam as fotos, aproximam umas das outras. E afastam-na. Tanto tempo de observação que sentem decepção quando nada encontram. Por fim, esquecem da sua existência, Deixando-te empoeirar novamente, com o passar do tempo.