Junto com todas as palavras que trocamos, foi-se os poemas que te escrevi. Tão sinceros quanto a agonia de não mais te ver. Cada palavra sussurrada perdeu-se ao vento. Não restaram sequer lamentos, nenhum timbre qualquer da sua voz. Já não me lembro mais da cor dos seus olhos. Seu rosto eu nunca vi. Seu nome eu nunca soube. Nem sonhos, nem pesadelos. Você foi o que não é e nunca será. O calor lhe fazia suar as mãos, mesmo estagnadas sobre o ventre. Cada fio de vento que cismava em brincar nos teus cabelos era quase um motivo pra sorrir. O Sol gritava impiedoso por mais um tempo no céu, enquanto a gravidade reclamava seus excessos. A Lua vinha tímida, esperando ser modelo para algum telescópio, ou simplesmente as lentes de um fotógrafo qualquer. Importava-se em posar, não interessava a quem. Com tantos sonhadores ao relento, sentia-se mais estrela que os próprios pontos no céu a brilhar. Não se deu conta do tempo que escorria depressa e o dia logo se pôs a raiar. Os primeiros registro
E quem me via, não imaginava um porcento do que eu sentia só pela ansiedade de poder, mais uma vez, te ver. E eu bem disfarçava, mas se bem me observasse, eu tinha um sorriso bobo estampado na cara, porque estava, novamente, perto de você. E eu queria voltar nove anos em um dia, mas não podia. Pois bem, decidi então, fazer de mim, sua velha nova companhia. Estar por perto todo dia seria minha missão. Foi quando você sorriu pra mim, me olhou nos olhos e disse: "Fazeis parte de cada minuto do meu dia. Esteve ao meu lado durante toda minha vida, desde quando te conheci." Eu segurei sua mão, as lágrimas. E sorri.
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