Flor de Nilo.
Uma vez disseram pra eu tomar cuidado com o amor. Disseram que era perigoso, contagioso e altamente viciante. Crack, maconha, cigarro, cerveja e chocolate não são nada perto do amor. Com isso em mente, estive sempre precavido para não ser "contaminado" e nem viciar no tal do amor. Fumei, bebi, usei e me deixei ser usado. Quando o amor aparecia, eu corria. De repente, já não via graça nas drogas, e tinha adquirido um talento incrível pra fugir do amor. Confiante de que nunca seria pego, me vi vazio por dentro, no rosto um sorriso amarelo. Me senti tão solto que, por vezes, queria me prender a algo, só por carência, às vezes, ou porque sentia a necessidade de voltar pro chão. Senti meu coração gelado e sem estímulo. Decidi seguir em frente, sozinho mesmo, dono de mim. As lembranças vinham como quem atravessa a porta na pisada. Só porrada. Volta e meia lembrava de você. Entre tantos relacionamentos que tive, sempre tinha a imagem do seu rosto triste da última vez que no