Flor de Nilo.


Uma vez disseram pra eu tomar cuidado com o amor.
Disseram que era perigoso, contagioso e altamente viciante.
Crack, maconha, cigarro, cerveja e chocolate não são nada perto do amor.

Com isso em mente, estive sempre precavido para não ser "contaminado" e nem viciar no tal do amor. Fumei, bebi, usei e me deixei ser usado. Quando o amor aparecia, eu corria.
De repente, já não via graça nas drogas, e tinha adquirido um talento incrível pra fugir do amor. Confiante de que nunca seria pego, me vi vazio por dentro, no rosto um sorriso amarelo. Me senti tão solto que, por vezes, queria me prender a algo, só por carência, às vezes, ou porque sentia a necessidade de voltar pro chão.
Senti meu coração gelado e sem estímulo.
Decidi seguir em frente, sozinho mesmo, dono de mim.
As lembranças vinham como quem atravessa a porta na pisada. Só porrada. Volta e meia lembrava de você. Entre tantos relacionamentos que tive, sempre tinha a imagem do seu rosto triste da última vez que nos falamos. Era um dia frio, cinza, pálido e sem vida.
Os dias passaram rápido e não tinha esperança de te encontrar de novo.
Numa noite qualquer, como eram todas as noites sem te ver, você reapareceu. Não disfarcei minha alegria. Não controlei meus atos. Feliz e choroso de emoção, te abracei.
Vi naquela sala de espera que, na verdade, eu não suportaria esperar por mais tempo. Deixei que os sentimentos anteriores voltassem e comandassem meu coração. Você voltou e também quis ficar ao meu lado. Meu coração, em festa, comemorou.
Não há droga mais viciante que o amor.
E quando o amor volta, você tem recaídas, mas é capaz de escolher se aceita o vício ou foge outra vez.

Me permiti. Viciei.
Foi por ti, desde o dia que te conheci, que me apaixonei.
Aos anjos, meu muito obrigado.

À você, vos digo: "A ti serei fiel, protetor e responsável por seus sorrisos e alegrias.
Te amo e não é de hoje.
Nossa história começou faz tempo.
E ainda tem muita coisa pra acontecer.

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