Saudade em Dó Maior.

Foi uma semana de Verão agitada do lado de fora da janela. A gente não fazia nada além de olhar a programação da tv sem prestar atenção no que estava passando. Os dedos brincavam com os cabelos. Os olhos, de tão serenos, passavam mais tempo fechados do que atentos ao redor. Ouvia-se uma sinfonia de ritmos calmos e desapressados. Tinha uma vida inteira pra tocar.
Os dias e as noites se revezavam, enquanto os dedos e os cabelos ainda brincavam, despreocupados com o meio e o fim.
O último dia, tristonho, molhava por horas a cidade inteira. A despedida não parecia real, assim como foi a semana inteira.
Acordamos de um sonho tentando lembrar que música era aquela que tocou os sete dias.
A melodia que nunca mais ouvi, a letra que não escrevi e o ritmo único que não tocou em nenhuma canção. Não houve cópia dessa música para os dias de solidão.
Lembro até hoje dos dias que adormeci escutando as batidas do seu coração.
 

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