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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Sonhos ao Som do Mar.

Parecia que eles se conheciam há tempos. O singelo sorriso e o brilho nos olhos confessavam o que ocorria naquele momento enquanto admirava aquela última foto que lhe restara em suas mãos. Não sabia o que deveria fazer depois. Entre dúvidas e incertezas, continuava a admirar, tão estático quanto sua presença fictícia num 15x10. Seus dedos contornavam cada traço dela, esperando que as horas passassem depressa, sonhando acordado poder vê-la novamente, assim que amanhecesse. As horas são cruéis quando se está apaixonado, João.

Um Terço de Toda Terça.

O corpo maltratado pelos dias anteriores, hoje, já nem doía. O cansaço passou longe, como quem erra a rotina. O Sol aquecia a mistura de ansiedade, medo, incerteza e alegria. Era pra ser uma tarde qualquer, mas a canção que se ouvia, maestro nenhum comandava. Acordes fora de ordem, notas embaralhadas, difícil de decifrar. As horas passeavam entre palavras e sorrisos. Nas sinuosas róseas bem marcadas, via-se a beleza do infinito. Os brilhantes acastanhados miravam com certa timidez. Alguns esbarrões, propositais ou não, aproximava-os. O Sol se punha, e com ele, a despedida. Esta noite, há de se sonhar de olhos abertos, enquanto os corpos repousam sob o céu estrelado.

Poetas do Precipício.

Junto com todas as palavras que trocamos, foi-se os poemas que te escrevi. Tão sinceros quanto a agonia de não mais te ver. Cada palavra sussurrada perdeu-se ao vento. Não restaram sequer lamentos, nenhum timbre qualquer da sua voz. Já não me lembro mais da cor dos seus olhos. Seu rosto eu nunca vi. Seu nome eu nunca soube. Nem sonhos, nem pesadelos. Você foi o que não é e nunca será. O calor lhe fazia suar as mãos, mesmo estagnadas sobre o ventre. Cada fio de vento que cismava em brincar nos teus cabelos era quase um motivo pra sorrir. O Sol gritava impiedoso por mais um tempo no céu, enquanto a gravidade reclamava seus excessos. A Lua vinha tímida, esperando ser modelo para algum telescópio, ou simplesmente as lentes de um fotógrafo qualquer. Importava-se em posar, não interessava a quem. Com tantos sonhadores ao relento, sentia-se mais estrela que os próprios pontos no céu a brilhar. Não se deu conta do tempo que escorria depressa e o dia logo se pôs a raiar. Os primeiros registro