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Mostrando postagens de agosto, 2012

Relógio Estático.

Havia um tempo em que as flores eram mais coloridas, porque a TV era preto e branco. Havia mais sentimento quando a novela era contada no som falhado do rádio. Sinto falta de sentir. Não sei mais prever. E hoje em dia, aquele que ouve uma sinfonia, que crê nos seus instintos e leva fé nos próprios pressentimentos, é taxado de louco, de ausência de corpo confiável. Eu queria ser como as flores. Doce, suave e agradável. E por mais que eu tentasse, e conseguisse, ainda sim outros ficariam desconfiados. Então serei cravo, serei espinho. E ouvirei, então, você dizer: ''Não faça isso. Sejais flor, mas sem espinhos." E eu me pergunto: "Ser flor sem espinhos? Seria como ser sem se proteger." E por mais que desejamos um mundo tomado de Amor, ainda haverá aquele que arrancará a flor do solo e arremessará aos ventos, sem se preocupar aonde ela irá cair.

Distressful.

As horas passam rápido. O Sol se esconde e reaparece em questão de segundos acelerados, como quem brinca com uma criança. A noite, antes tão admirada e desejada, agora é apenas a troca de um dia pelo outro. O céu é cinza a vida inteira. Por mais que você pinte com as mais belas cores dia-após-dia, em algum momento a tinta termina. A fantasia também. Inevitável. A vida é simples e decidida. A realidade é dura e sufocante. Ou você respira o que há a sua volta, ou asfixia tentando mudar pra melhor. Ele queria um bom motivo pra trocar de xícara, mas ainda está preso a de café enquanto o chá esfria.

Análise da Perfeição.

Aquele momento que você procura avaliar e separar o que é certo e o que é errado. O instante que você pesa o que te ensinam e o que constrói por convicção. O relógio incessante que perturba a mente enquanto você tenta raciocinar se deve digerir ou regurgitar o que te dão de comer, seja em forma de alimento pro corpo ou conhecimento pra mente. A incerteza que tira o sossego de quem simplesmente necessitaria de um repouso, mas não sabe exatamente onde deitar. A vontade reprimida, o desejo negado, o ato condenado. A cabeça esquenta de tantas ideias que fica difícil organizar. Você tenta traduzir pro papel, pro teclado, e tudo parece ficar cada vez mais complicado. Respira fundo e ainda sim falta fôlego pra continuar. Uma complexidade criada que a dúvida se sobrepõe a qualquer ideia que possa facilitar o desembaraço que só aumenta a cada tic tac pendurado na parede. É tanta força indo contra seus princípios que você, por vezes, analisa se o errado pode ser você. E se você é o único a gladi

Verdades de Um Dia Qualquer.

Não demonstre sua felicidade assim, do nada, pra qualquer um. Mostre pra quem realmente espera isso de você. Não conte seus planos, desejos e objetivos. Quem realmente te conhece sabe de tudo só de te olhar. Não conte dos seus medos, tristezas e frustrações. Quem te ama de verdade, estará na hora certa, no lugar certo, com um ombro amigo e um abraço apertado pra te consolar. Qualquer um quer te ver sorrir. Mas só o verdadeiro te fará feliz. Qualquer um diz palavras bonitas pra te consolar. Mas só o verdadeiro estará ao seu lado para secar suas lágrimas.

Brusto de Sekretoj.

Isso há de ser para poucos Muito poucos Tão poucos Que quase se tornam únicos Raros e loucos Que cativam, conquistam E desvendam segredos guardados À sete chaves Ele descobrirá o meu É uma questão de tempo, eu sei E quando isso acontecer Saberás de coisas Quem nem eu mesma imaginei Tornar-se-á, então Seu maior segredo Eu.

Grandiosidade Sutil.

Ela parecia tão pequena na foto três por quatro. O mundo era imenso dentro do seu quarto. E quando juntava a foto e o mundo, todo mundo se confundia. O que era tão grande e mesmo assim cabia numa foto três por quatro? O que era tão pequeno e mesmo assim ocupava todo o quarto? "Perguntas descabidas!" - Alguns julgavam... Ninguém respondia. Um corajoso desafia: "Se fossem perguntar ao poeta, ele responderia!". O poeta olhou, olhou. E apenas sorria. O silêncio dizia. As vozes mudas em olhares desentendidos distraíam-se com acontecimentos à volta. O relógio parecia duvidar. Fazia tic-tac devagar. O poeta não tinha pressa. Não cansava de admirar. Também pudera. Passaria horas no quarto, na janela, olhando lá fora, Tão grandiosa Flor rósea, Despontando a sorrir.

Minha Adorável Meliante.

Imagem
"Atos estranhos justificados pela doçura cativante. Um olhar decidido que, por vezes, se perde no desejo de ter, ser ou estar. E há de se ver por entre seus olhos aquilo que ela não deixa você saber. Um movimento suave, de curvas e silhuetas que combinam com o lado de fora. Com a cidade. E quem a admira, não vê o passar das horas e, quando percebe, já é tarde. Tarde demais para dizer que não conhece flor tão bela quanto ela. Tarde demais para dizer o contrário do que se sente. Nunca é tarde demais, quando a noite cai, e sua companhia traz a essência do essencial, pra vida, de forma maestral e distraída, que nos faz sorrir por infinitos segundos."

7.

Eu tenho 26. Ela, 19. 26 - 19 = 7. Nasci em 14.05.1986. 1 + 4 + 0 + 5 + 1 + 9 + 8 + 6 = 34 >> 3 + 4 = 7. O casaco que ela me deu tem dois números 7 bordados no braço. No mês 7 do ano passado, tirei uma foto com um carro importado em Brasília, com dois números 7 adesivados. Meu curso se chama Seven. O que temos em comum são apenas bobeiras diárias que nos fazem rir por horas. Ela é burguesa; eu, suburbano. Ela preza pela riqueza; eu, pela simplicidade. E dizem que não temos nada a ver um com o outro. Os opostos se atraem? Depende. Na minha concepção adquirida, ''Os opostos se distraem//Os dispostos se atraem [F. Anitelli - O Teatro Mágico] A vida segue enquanto a gente faz graça do que acontece ao nosso redor. O 7 é só um número, a meu ver. A vida dura apenas um segundo pra quem não sabe viver. Meu final de semana duram 7 dias com você.

O Estranho e o Anjo.

Numa cidade recoberta de pensamentos, nevoeiro e fumaça lançada ao ar quase estático, ela procurava pelo seu protegido, ele rogava por proteção. A noite parecia infinita. Havia meses que a luz do Sol não refletia no espelho da moça que se maquiava em sua penteadeira. A luz era fraca e inconstante. A maquiagem borrada. O sorriso amarelado passava despercebido. Não havia motivo para agrados. Ele bebia a última gota do que ainda viria nas próximas garrafas. Apoiava-se em postes e paredes como se não houvesse estática para pisar. Não deferia palavras. Cuspia e esboçava qualquer coisa, como criança que imita. E balbuciava. As palavras pareciam fora de controle. Irritava-se e lançava objetos que já não estavam em suas mãos. Chorava. Deitava. Dormia. Ele descansava e sentia-se, por fim, coberto de proteção. Ela sorria. Encontrara seu protegido. Cumpria sua missão.