A Flor e o Jardineiro.

Todo fim é um recomeço. Mas nem todo recomeço é um novo início.


"Ao menos lhe restou um último sorriso, um último brilho nos olhos antes da respiração cessar. O Jardineiro agora dorme, sem motivos para acordar. Mas carregou em memória a imagem da Flor mais linda que já conheceu. Daquela que lhe fez transbordar o peito em poesias, com palavras que brincaram em harmonia com a ponta da caneta. A chuva cai lá fora. A natureza chora. Mais uma de suas criaturas que deu adeus. A poesia, agora, será apenas lembrança. Registro escrito lido pra criança. Livro esquecido na prateleira.
Aceleradamente o coração do jardineiro volta a pulsar. Ela implorara para que ele não a abandonasse. Ele abre os olhos e chora. Sente-se pulsante e quente. O sangue corre rápido em suas veias. Seu pulmão dilata-se de modo a dobrar de tamanho. A Flor aproxima-se do seu rosto. Seca suas lágrimas. E agradece. Ele fecha novamente os olhos, mas agora por outro motivo. Pode sentir a suavidade, leveza e docilidade com que a Bela Flor lhe toca os lábios."

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